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Esclerodermia

Doença que provoca inflamações crônicas nas articulações, pele, órgãos internos e atinge principalmente as mulheres na fase adulta
Por Elliana Garcia - eliana.garcia@arcauniversal.com
publicado em 30/01/2011 às 04h50.


Uma doença a princípio silenciosa, de difícil diagnóstico e que segundo a medicina não tem cura. Embora pouco falada, tem feito inúmeras vítimas pelo mundo. Mas o que é a esclerodermia? “É uma doença autoimune que, dependendo da evolução, provoca inflamações crônicas e endurecimento nas articulações, pele e órgãos internos”, diz o reumatologista Sérgio Lanzotti, do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares.
As causas da doença, que atinge 4 vezes mais as mulheres na fase adulta, são desconhecidas, porém, os pesquisadores concordam que os tecidos do corpo são atacados por excesso de colágeno. “Por isso, muitas vezes dizemos que a esclerodermia é uma doença em que o corpo ataca a si mesmo”, enfatiza Lanzotti.

Tipos e sintomas
Existem vários tipos da doença e os sintomas são os mais variados, o que torna difícil o diagnóstico, comprovado por meio de exames laboratoriais.
A esclerodermia limitada, conhecida como Síndrome de Crest, é o tipo menos grave. Costuma atingir a pele, as mãos, pés e face e os sintomas podem desaparecer espontaneamente.
Esclerodermia múltipla sistêmica progressiva é a mais grave. Caracteriza-se pela formação de cristais sob a pele, em torno das articulações, que podem transformar-se em úlceras. Neste tipo de esclerodermia podem-se desenvolver outras reações denominadas Fenômeno de Raynaud, que causam problemas no esôfago, endurecimento da pele dos dedos e dilatação de vasos sanguíneos, deixando marcas avermelhadas nas mãos, face e língua.
Esclerodermia sistêmica difusa, ou golpe de sabre, acomete a pele, mãos e rosto. Além dos sintomas dos outros tipos da doença, essa esclerose apresenta muitas dores reumáticas, enfraquecimento muscular, perda óssea e encurtamento dos dedos, alterações pulmonares e problemas respiratórios.

O tratamento
Não existe cura para a esclerodermia, mas são adotados paliativos para o controle dos sintomas e complicações da doença. “São utilizados desde anti-inflamatórios não hormonais, passando por drogas modificadoras das doenças reumáticas, até quimioterápicos. Mas a cura ainda não existe”, enfatiza o reumatologista.

Em busca da cura para a filha

A funcionária pública Ana Veríssimo, de 47 anos, de São João da Boa Vista, interior paulista, convive de perto com este drama. Ela relata que aos 17 anos, sua filha Ana Paula, hoje com 28 anos, sentia fadiga, palpitações e cansaço sem motivo aparente. “Ninguém descobria o que a minha filha tinha. Achamos que era uma leve depressão por conta de um relacionamento que ela havia terminado.”
À medida que o tempo passava, ela viu a filha mudar a aparência e sentir dores intermináveis. Após seis anos, ela descobriu que Ana Paula tinha esclerodermia sistêmica progressiva com Síndrome de Raynaud. “A doença atacou os órgãos internos de minha filha. Pulmões, rins, esôfago ficaram comprometidos com necrose e ela já teve duas paradas cardíacas.”
Em um dos momentos difíceis, a mãe relata que a filha chegou a fazer tratamento quimioterápico para tentar regredir a doença. “Além de todos esses problemas citados, a minha filha tem dificuldade para passar fio dental ou até escovar os dentes, pois a pele vai perdendo a elasticidade e a boca diminui. Ela também não pode mexer com água fria ou se expor a baixas temperaturas, pois começa a ficar roxa e a sentir muitas dores. Mas eu acredito em um milagre e faço de tudo para que a minha filha encontre a cura. Só tenho a fé e a vontade de ajudar, não somente a minha filha, mas outras pessoas que também têm um familiar com esta doença”, finaliza.

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