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Entrevista com Especialista: Falando sobre a Esclerodermia

Falando sobre a Esclariodermia

José Carlos M. Szajubok, professor assistente de Reumatologia da Faculdade de Medicina do ABC, encarregado da enfermaria de reumatologia do Hospital do Servidor Público Estadual de São Paulo e presidente eleito da Sociedade Paulista de Reumatologia Biênio 2008/2009

Seria essa uma nova doença? Por que há pouquíssima divulgação a respeito?

Essa não é uma doença nova, mas é relativamente rara. Infelizmente, por ser incurável e de difícil tratamento em muitos casos, acaba sendo pouco divulgada.

A esclerodermia pode levar a outras doenças?

Não, mas manifestações próprias da doença podem se confundir com outras. Por exemplo, sintomas gástricos, como queimação, azia, refluxo, são muito freqüentes no dia-a-dia. Assim, muitas vezes há uma interpretação de que a esclerodermia pode levar à gastrite, quando, na verdade, é a gastrite que faz parte da própria doença.

Há alguma chance de ela regredir?

O capítulo tratamento tem algumas controvérsias. De uma maneira geral, além das orientações sobre a natureza da doença, que são fundamentais, as terapias mais comuns são hidratação da pele, vasodilatadores para controlar o fenômeno de Raynaud, protetores gástricos, aceleradores do trânsito gastrointestinal, medicamentos que podem retardar a evolução do endurecimento da pele e anti-hipertensivos. Quando ocorre o envolvimento dos pulmões, pode-se lançar mão de medicamentos imunossupressores, como a ciclofosfamida. Em alguns casos observamos uma melhora das manifestações, seja da pele seja nas vísceras, mas não há uma uniformidade nas respostas. Quanto mais precoce o tratamento, maiores as chances de uma reação satisfatória.

Quais são os prognósticos, já que o mal não tem cura? É possível vislumbrar alguma esperança a longo prazo?

O prognóstico é muito variável e está relacionado com as proporções que a doença tomou. Há casos com evolução galopante, enquanto outros evoluem mais lentamente. Às vezes notamos respostas interessantes e outras observamos uma evolução desfavorável, mesmo com uma terapia agressiva. As esperanças terapêuticas são muito promissoras. As pesquisas estão evoluindo. Mas... o que é o longo prazo?

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