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Problemas Sexuais e Esclerodermia

Introdução

Tanto as mulheres como os homens que sofrem de esclerodermia podem verificar que a doença tem um efeito significativo na sua vida sexual, podendo levar a conseqüências permanentes na sua sexualidade.
Descrevemos alguns dos problemas sexuais que pessoa possa ter e debater algumas soluções para os mesmos. Nem todos os problemas referidos se irão aplicar a si. É importante lembrar que todas as pessoas têm necessidades sexuais e atitudes diferentes, variando de acordo com a idade e a experiência, independentemente de se sofrer de esclerodermia ou não.

Porque têm as mulheres com esclerodermia problemas sexuais?

Como doente com esclerodermia a pessoa irá ter vários problemas, entre eles a dor, a rigidez, a pele esticada, a secura da pele e mucosas, a fadiga, a falta de desejo sexual e a alteração da imagem corporal.

A abrangência da doença irá determinar o efeito na vida sexual. As alterações do corpo podem ser incapacitantes e fazer a pessoa sentir-se pouco atraente e deprimida. Em resultado, a sua atividade sexual pode diminuir ou parar, o que poderá ser nocivo para a sua auto-estima e, por sua vez, ter um grave impacto na vida sexual do seu parceiro.

Que tipo de problemas pode surgir?

Fadiga: A fadiga é o sintoma mais comum da esclerodermia. Muitos doentes já acham suficientemente difícil lidar com o trabalho e com a sua vida familiar, quanto mais com uma vida sexual ativa. A fadiga é um problema difícil de tratar, mas com freqüência, assim que a doença começa a estabilizar, a fadiga melhora. É uma ajuda se o doente e o seu parceiro reconhecerem que esta circunstância faz parte da doença e tentarem adaptar o ritmo do dia de acordo com a situação. Se o sexo é uma parte importante do seu relacionamento, então descansar e planear antecipadamente o momento poderá ser necessário, mesmo que isso implique uma certa falta de espontaneidade!

Secura vaginal: A Síndrome de Sjögren acompanha freqüentemente a esclerose sistêmica, causando secura das membranas mucosas e conduzindo tipicamente a sintomas de secura nos olhos e na boca.
Pode haver também secura vaginal, com menos lubrificação durante a excitação, o que torna a relação sexual menos confortável ou até dolorosa. Existem lubrificantes vaginais que poderá encontrar em farmácias e que poderão ser bastante úteis. No entanto, é importante excluir outras causas para a secura vaginal, tais como a menopausa, para as quais estarão adequados outros tipos de tratamento.

Problemas articulares: Muitas pessoas com esclerodermia têm dor e rigidez nas articulações e poderão não ter facilidade em movimentar os membros. Existe medicação que ajuda a aliviar a dor nas articulações mas a verdadeira solução consiste em recorrer à imaginação, ao sentido de humor, e ter um parceiro compreensivo!

Problemas emocionais: A esclerodermia pode ser uma doença muito inquietante e a ansiedade que dela resulta, bem como estados depressivos, poderão diminuir o prazer sexual. As alterações na imagem corporal e a ansiedade devido à dor nas relações sexuais podem também causar problemas. É muito importante que haja uma boa comunicação com o parceiro, mas o doente poderá achar mais vantajoso ambos consultarem um sexólogo.

Tratamento

Infelizmente, a cirurgia à entrada dos lábios da vagina não beneficia, em geral, o doente com esclerodermia, uma vez que a cicatriz da operação é, muitas vezes, mais desconfortável.
Assim, por vezes é aconselhável que consulte um ginecologista para a orientar nesta matéria.
Também poderá consultar um sexólogo para aconselhamento. Se existirem outros motivos para a secura ou dor vaginais, tais como uma infecção local ou a entrada na menopausa há tratamento adequado para os mesmos, no que o doente será orientado pelo seu clínico geral ou ginecologista. Alguns lubrificantes vaginais são totalmente inofensivos e podem ser adquiridos sem receita nas farmácias. Se a pessoa estiver na expectativa de que a relação seja dolorosa, os músculos da vagina ficarão automaticamente tensos, tornando a relação sexual ainda mais difícil. Assim, será preciso relaxar, seja com música, luz suave, ou o que quer que funcione no caso particular de cada um!

Poderá ajudar se o doente aplicar um anestésico local cerca de dez minutos antes do ato sexual, de forma a que se sinta confiante de que não irá doer. Alguns hospitais têm uma Consulta de Vulva no Departamento de Ginecologia, que trata de problemas nos lábios vulvares (na entrada da vagina), onde poderá fazer testes mais específicos. Deverá pedir uma consulta especializada se os medicamentos regulares não funcionarem, para que ginecologistas especializados possam considerar as hipóteses de tratamento.

A maioria das mulheres com problemas vulvares e vaginais não fala muito do assunto por o acharem embaraçoso. Contudo, estas dificuldades são mais comuns do que se pensa, tenha certeza de que o seu caso não é único!

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